Nesta obra, confronto símbolos de fé e pátria, sobrepondo a bandeira brasileira a múltiplas imagens do Cristo crucificado. Não o Cristo redentor, mas o corpo ferido, reiterado como símbolo de dor e controle. A repetição litúrgica dessas imagens denuncia a instrumentalização religiosa da violência, apontando para uma tradição que perpetua o sofrimento como estrutura de poder. A obra tensiona a permanência de sistemas fechados — como o conclave papal — que se renovam sem realmente mudar. Mais do que denúncia, a obra é incômodo. Um chamado à ruptura. Quem lucra com o sagrado martirizado? E como imaginar um novo gesto de libertação?