Meu Território

Acrílica e caneta permanente sobre mapa do Rio de Janeiro 120cm x 90cm 2025

Nessa obra, imprimo memória e afeto sobre o território ao pintar, sobre um mapa do meu estado, a imagem de infância com minha mãe e duas irmãs. A composição, de forte carga simbólica, sobrepõe o vermelho dos corpos ao traçado geográfico, revelando uma fusão ativa entre identidade e deslocamento, território e afeto. As roupas, deixadas intencionalmente transparentes, permitem que o mapa atravesse as figuras — um gesto poético que fala de pertencimento não como posse, mas como vivência. O mapa deixou de ser apenas um espaço físico e passou a representar as marcas da trajetória da minha família, que, sem casa própria, transitou por lares emprestados, construindo morada no vínculo, no afeto e na resistência cotidiana. Ao escolher o título “Meu Território”, a obra ressignifica o corpo como território: mais do que um lugar fixo, ele é o coletivo da nossa história, o abrigo possível na instabilidade, o núcleo do nosso percurso. A obra é um gesto de reverência à família como território originário e como centro emocional de onde brota minha poética.